Felizmente que o Filme 48" já conquistou três galardões, sendo que o mais recente dos quais com o prémio para o "Melhor Documentário do Mundo", na 14ª edicão do Festival Internacional do Cinema Documental de Jihlava, na República Checa.
O filme de 93 minutos e segundo a sua autora Suzana de Sousa Dias de 48 anos natural de Lissboa, esta obra foi escolhida entre 274 filmes de 52 países.
"Uma viagem ao período do Estado Novo que imperou 48 anos".
Com imagens recolhidas do arquivo da PIDE: o filme inclui testemunhos de ex-prisioneiros políticos.
Dias Lourenço e dois destacados activistas moçambicanos.
A privação do sono, choques eléctricos, gases asfixiantes e os sucessivos interrogatórios são relembrados agravés destes testemunhos.
O filme que já foi exibido por toda a Europa, Brasil, Argentina e México. As pessoas ficam chocadas porque desconheciam os pormenores da brutalidade exercida pelo regime ditatorial de Salazar e seu acólitos.
Aventuras e desventuras de um filho do rio mais lindo do mundo (contadas pelo próprio)!
Amigo e conterrâneo:
ResponderEliminarFico extremamente contente que este filme esteja a divulgar as atrocidades do anterior regime e sabes porquê?! Porque somos um povo que para lá das grandes virtudes que possui, tem ainda no seu génese a grave deficiência de levar a sua bondade ao extremo e esquecer com muita facilidade o que de muito mau lhe fizeram e não foi assim há tão pouco tempo... Estou a referir-me não só às criaturas que "nunca foram carne nem peixe", mas ainda àqueles que preferem acreditar, que os maus tempos das ditaduras já terão passado, só que não são capazes de alcançar, até onde podem ir, os que de uma maneira ou de outra querem ter o controle dos sistemas político e financeiro... Ainda há dias assisti na RTP Memória a uma dessas "saídas" de um homem do teatro, com algum sucesso nesse campo - antes e depois de Abril - dizendo com toda a brandura, que acha um exagero acentuar como "noite negra do Fascismo" quando alguém pretende classificar o anterior regime... Ora, este amaciamento só pode vir de quem não é só imprudente, mas virá seguramente de quem nunca sentiu os colhões serem apertados até ao desmaio, e, quer acreditar, que os regimes até podem ser cultos e honestos, quando se vê a toda a hora o contrário, mesmo nos mais democráticos!
Por outras palavras e sem arrogância, seria bom que Francisco Nicholson visse esse novo filme, realizado por uma mulher portuguesa que teria doze anos em Abril de 74!
Ficamos muito preocupados não só com o rumo e o ritmo que politicamente as coisas estão a seguir e o desassossego é grande pelas falhas humanas de quem vai perdendo, sem esforço, as imagens do que foi ignóbil e tenebroso! Perante estes cenários, quem pode ter sossego, Valdemar?
Obrigado por esta bela pedrada no charco, porque nos ajuda a ter esperança!
PIKÓ
Valdemar:
ResponderEliminarPeço desculpa, mas quero rectificar um erro involuntário e que põe as coisas do avesso.
Aonde escrevi « ... e não foi assim há tão pouco tempo...» deveria escrever «... e não foi assim há tanto tempo...»
Fica aqui a correcção!
PIKÓ