segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Lição da Fonte e o Rendimento da Reinserção Socila

Fonte de Cancelos/ Sebolido 
    Na visita que eu  (Verde) e o Carlos fizemos ao Valdemar, em Sebolido, houve uma altura em que ele nos brindou com a água pura e cristalina duma fonte que o viu nascer, pois, fica pertinho da sua casa, virada para o Rio Douro e para Nascente, donde vem o sol doirado que dá luz, brilho e magnificência aquelas terras encantadoras…
A outra Fonte
Vou falar-vos doutra fonte. Já o havia de ter feito para ficar mais ligado ao nosso encontro realizado em princípio de Junho, mas tudo tem uma ocasião e, sendo assim, só agora chegou o momento…
 “Uma lenda portuguesa conta um episódio que nos dias de hoje merece ser reflectido.
Com a devida vénia, vou recontá-la: com alguma liberdade, sem, como espero, ferir o essencial e também a própria consciência de quem, por ventura ou desventura, esteja nestas circunstâncias ou noutras similares. Em tempos que já lá vão, numa pequena aldeia de Portugal, um lavrador muito pobre estava a trabalhar num monte, procedendo ao amanho de lenhas para sua utilização nas tarefas de confecção culinárias. Perto dali, havia uma pequena fonte. Muito cansado do trabalho penoso que estava a fazer, foi beber um pouco de água. Depois de saciar a sede, quando se dirigia novamente para o trabalho, ouviu uma voz:
   - Sempre que vieres beber desta água encontrarás três moedas de vintém.
    - Surpreendido, viu três moedas junto à nascente. Mas a voz impôs-lhe uma condição:
    - Não digas nada a ninguém.
     - Recorde-se que, nesses tempos, três moedas de vintém eram suficientes para alimentar uma família.    Nos dias seguintes, voltou a beber na fonte e lá encontrava as três moedas. A partir de certa altura, deixou de trabalhar, para espanto de toda a aldeia. A sua esposa, também ela intrigada, um dia perguntou-lhe:
- Há semanas que não vais trabalhar. Onde arranjas o dinheiro que trazes para casa?
   Depois de muita insistência, acabou por confessar de onde vinha o dinheiro. Porém, no dia seguinte, quando chegou junto da fonte, não encontrou moedas. E assim sucedeu, sempre que foi aquela fonte”.
   Nos nossos dias, a fonte fica mesmo à beira duma estrada. São dezenas de pessoas que diariamente ali vão refrescar-se, sobretudo nos meses quentes.
Outra fonte que seguramente secará.
    Esta lenda faz-nos lembrar todas aquelas pessoas que, tendo poucos rendimentos, não têm sabido aproveitar os subsídios que a solidariedade social, do Estado ou de Instituições, lhes são atribuídos. Em vez de aproveitar esta ajuda para melhorar as suas condições de vida, na grande maioria dos casos, deixam de trabalhar.
O mais preocupante é o facto de que nesta quantidade de pessoas que se deixam arrastar por estas situações, estarem na idade activa. Se continuassem a trabalhar sempre iam ganhando algum dinheiro, mesmo que precisassem de alguma ajuda suplementar. Habituam-se a não trabalhar, confiados que os subsídios nunca acabam e, em muitos casos sobrecarregam as instituições que generosamente oferecem refeições, vestuário, etc. Algumas destas instituições, dado o número sempre crescente de pessoas que a elas recorrem, atravessam sérias dificuldades, vendo-se limitadas nas ajudas que prestam.
    A desculpa de que não há trabalho, não colhe a opinião pública, porque, existem áreas que vai havendo onde trabalhar. Haverá, isso sim, falta de vontade… Temos licenciados a trabalhar em serviços que não são ligados ao que aprenderam mas, são um exemplo de quem quer trabalhar. A referida fonte, qualquer dia, vai esgotar a sua água cristalina e depois, conduzir-nos-á para a grande aridez de um deserto quase interminável onde todos morreremos de sede…
Autor:- Agostinho Teixeira Verde, com a devido reconhecimento e `vênia aqui público mais este seu execelente trabalho. Servirá e deverá ser para uma séria meditação.


É um regalo na vida

À beira da água morar

Quem tem sede vai beber

Quem tem calma vai nadar



Nem sempre uma cara linda

Traduz encanto no mundo

Há mil fontes de água límpida

Cheias de lodo no fundo…

(Verde)

1 comentário:

  1. A história é linda, digna de ser levada à cena na província e nas grandes zonas urbanas, mas não garantimos que colha frutos no imediato, porque o capitalismo atravessa uma fase muito má e não se recomenda!... A fase que está a colher é a fase do vale tudo, mas antes tiveram o cuidado de pôr os bons princípios na prateleira, mas esquecem-se que tudo irá ter um fim , como muito bem dizia o controverso e sábio Saramago!
    Em todo o caso, registo com agrado que as pessoas de bem e de princípios como Agostinho Verde não ficam cansados e dão o tempo por bem empregue, na tentativa de pelo menos contrabalançar o que de mal se vai fazendo, seguindo aquela velhinha máxima que nos ensinaram desde pequeninos:- «ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO DÁ ATÉ QUE FURA»
    Gostei da história e agora esperamos por mais!
    UM ABRAÇO DO PIKÓ...

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