Roubaram-me o Peixe e as Redes

Quem me Roubou a Lampreia e as Cabaceiras. Foi o Ti Pedro Lameira.

A Enguia.

Tenho uma boa amiga minha!

    Que fala sempre em bom petisco

Mas com imensa pena minha

Já não é Peixe para o meu ísco

A Lampreia.

I

Quem eu ando procurando

É o Ti Pedro das Lameiras

Sei que ele me vem roubando

     As Lampreias das  cabaceiras

II

Foi na última Quinta-Feira

Que esse larápio Matreiro.

Roubou-me uma Lampreia

Na Pesqueira do Carneiro

III

  Eu sei quem era a parelha:

veio-me o cheiro ao Nariz.

     Eu estava na Pedra da Ovelha,

Só não os cacei por um triz

IV

Eles vão-se arrepender,

de me andarem a roubar.

     Não os vou mandar prender!!!

     Vão sofrer a justiça popular.

V

E antes de dá-los ao abandono:

     Lampreia  e  Enguia vão engolir  crú

Vão saber que o peixe tinha dono

Metendo-lhe dois pontapés no cú

VI

Que o Satanás me morda

  Se vou dizer alguma asneira

           Sei que foram eles que na Açorda:

   Me roubaram outra Cabaceira

VII

Esse gandississimo caloteiro,

ainda farta-se de andar a gabar

Que a da Persqueira do Atoleiro

Também me a há-de roubar.

VIII

Vão  saír  aos dois: boas sortes,

Com aquela amendoa muito amarga

       Quando os caçar  Areio D´ortes

A Pescar a sua rede da Varga

IX

Não lhe vou conceder perdão

A este malvadissimo estupor

Não se pode perdoar a um ladrão

Que vive a roubar outro  Pescador

X

 Roubou para um bom menú

Mamou e pastou a toura

Quem me roubou fos-te tu

Não culpes os de Pé-de-Moura