quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aquele Par (Eu e o Fiafas)

Aquela dupla servia os interesses da professora.
O nosso péssimo comportamento, servia na perfeição à professora, que para alcançar os seus objectivos, teimava  em nos manter juntos, quando nos zanagava - mos, e isso acontecia amiúdadas vezes, ora um ora outro, pediamos -lhe para que nos coloca-se um em cada lugar, "melhor um em cada carteira", mas ela justificava-se que se o fizesse, nós iríamos prejudicar esse novo colega, mas acontecia: O Fifas a aprender não era Burro e  eu e modéstia à parte era o aluno que melhor aprendia, mas o pior era o comportamento", que poderia melhorar se nos separassemos e até havia carteiras que não eram utilizadas e a sala tinha espaço para que as colocassem.
  Mas a Professora gostava de molhar a sopa bem molhada e nós juntos dava-mos-lhe essa possibilidade.
A exemplo:- Antes de nós já tinha esgaçado (abrir e a sangrar) a orelha a um Aluno que até por sinal era filho de um senhor da Aldeia, que até tinha cinco quintas. (Um Feudal, O Ti Rocha).
Fugir da escola.    
   Não se passaram dois meses, para que quando ela nos ameaçava se nos desse tempo,eu e o Fifas nos pusessemos na alheta, aproveitando o facto das Janelas não terem vidros e tinhamos já o exemplo do Velhinho e outros mais antigos que também fugiam.
  Logo nas primeiras fugas o Cerqueira e o Serralheiro nos deram o total apoio, e os seus  bons conselhos, para que fugissemos e fossemos ter com eles, pois levariam um côdea de broa e uns rebuçadositos.
   Assim começaram as nossas fugas e sabendo que no outro dia levaríiamos a dobrar e em casa a receita não falharia, não nos desmotivava.
A viagem ao Sabado da Professora e do Coveiro
A professora não tinha transporte, o que a obrigava a  e se deslocar a pé cerca de 5 klm de Sebolido a Entre-os-Rios e ali apanhava a Camioneta da Carreira para ir passar o fim de semana a casa, "como o Coveiro Custódio todos os Sábados que era dia de darem Esmola aos Pobres na Quinta de Santa Cruz", fazia companhia à Professora.
 O meu Irmão Esmael que faleceu apenas com um ano de idade, o Coveiro ao cobrir o caixão deitou umas pedras juntamente com a pouca terra que existia no Cemitério, eu ao assistir aquela cena não percebia porque teria ele de enterrar o meu Irmão, umas semanas depois a Professora também me treinou a mim e ao Fifas, falamos com os Pombas e eles ajudaram a juntar Pedras no cimo das Fragas. No Sabado, esparamos por eles,  nunca vi uma professora velha correr tanto nem um Manco (o Coveiro), porque elas "as pedras"eram atiradas mesmo para acertar.
   Na segunda-feira lá tinhamos a receita do costume à nossa espera :- Régua e Cana. Foi dando ora a um ora a outra, mas quando lhe dissemos que se nos continuasse a bater nós fariámos pior, ela foi abrandando batendo mais leve e pouco depois desistiu.
   Andou ali um tempo, que ameaçava, quando batia era a sacudir o pó, mas perante a pressão do Serralheiro e do Cerqueira de quando em vez, lá íamos dando o salto, mas o castigo era sempre muito mais suave.
 Fim do primeiro ano escolar = Nova Professora e Novo Padre.

2 comentários:

  1. Malandro dessa maneira tinhas mesmo que ir parar à Marinha!
    Valdemar Alves

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  2. Afinal não foi só no Niassa que aprendeste a fazer Psico! Já levavas a lição estudada do Douro!

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