sábado, 4 de dezembro de 2010

O Meu reconhecimento e conclusões

O meu reconhecimento.
Seria desilegante e falta de humildade da minha parte não agradecer aos amigos que com os seus comentários, bem como a todos aqueles que diáriamente o consultam, não lhes reconhecer o importante contributo que têm dado.
   Sem vocês, seguramente não me seria possivel escrever aqui todo um passado, que a cima de tudo pretendo que sirva como incentivo a quem o lêr que perceba que hoje os tempos são outros tempos e que muitas dos acontecimentos naquele tempo hoje não se devam repetir.
MORTE DE UM IRMÃO E O MEU CÃO JOLIM
Neste período tinha falecido um Irmão meu, a quem foi dado o nome de Esmael,tinha treze meses de idade. Tempos depois mataram-nos um cão que foi a coisa melhor que já algum dia houve na Freguesia de Sebolido e arredores, tendo o meu pai recusado uma oferta de 4.000$00 de uns Senhores Doutores Caçadores de Avintes. Um Tio meu que não tinha coragem de ver matar o porco ou uma galinha e saía de casa quando se matavam um ou outro, aborreceu-se com o meu Pai e disse-lhe que havia de matar o pobre animal. Pouco tempo depois da ameaça, o Jolim foi envenenado e o meu Tio esteve quase para pagar as favas e ter o mesmo destino do Cão, porque não teve a coragem de dizer que não tinha sido ele que o envenenou. O meu Pai morreu e convencido que tinha sido ele o meu Tio Simão o assassino. Mas muito recentemente vim a saber pelo próprio filho " O Tono Pombas" que o assassino tinha sido o seu Pai o Ti Zé das Pombas que para matar os Gatos arranjou bolas de Estraquelina e as espalhou e o cão foi envenenado com elas.
 Churamos quando o meu Irmão morreu, mas muito mais choramos, quando nos envenenaram o Jolim .
 Fizemos-lhe um Funeral digno, uma sepultura como se faz aos humanos e todas as semanas lá metía-mos uma flor e um Irmão chegado a mim plantou lá um pinheiro onde se conservou muitos anos.
  Mais tarde quando vim a conhecer o cemitério dos Cães em Lisboa, recordava ali o meu querido Jolim e até hoje os Cães que a familia vão tendo em homenagem a eles todos lhe dão o nome de Jolim.
   Já tive muitos Cães e tenho um, mas jamais algum ocupou o lugar dele, ou o fez esquecer.
    Coisa rara, ou talvez única. Em média; permitia ao meu Pai que era um fraco atirador, matar entre 140 a duzentos Coelhos ano, sendo que o Jolim à sua parte caçava metade, sempre que quizessemos um Coelho, bastava levar um Pau e com uma paulada no Coelho que estivesse na cama, ou que o Jolim o caça-se com a boca, normalmente não vinhamos de mão a abanar.
Isto criou tal mau estar no Ti  Pombas e Ti Luis Guerra, no Ti Másrio Barrigudo etc. etc. que optaram pelo furão, mesmo que fosse probída a sua utilização.
Pois é Ti Zé Pombas, isso nunca deveria ter sido feito a um pobre animal indefeso e que tantos Coelhos lhe tinha proporcionado graças a ele você os ter morto e comido.
     Mas a crueldade e a inveja!!!
A abertura da estrada, proporcionou-nos um campo de futebol.
Na Própria Estrada, e também a vinda das multas de vinte e croa
 A abertura da estrada, deu-nos um novo campo de futebol, que ali mesmo, a uns cinquenta metros da Escola fosse críado o novo Campo de Futebol, pois ali havia uma recta de uns trinta a quarenta metros, onde após uma curva, a escassos metros, permitia ao Cantoneiro "que entretanto ali foi colocado" nos caçar com a boca na botija  "bola a circular", muitas vezes nem nos apercebíamos dele, tal era a garra com que se disputava a partida, claro que fazia parte do jogo a Canelada e a bulha (Porrada). Apesar de ele ter dois filhos que também jogavam, o mesmo acontecendo com os dois filhos do Cabo de Ordens, o Cantoneiro não perdoava, e as participações ao Chefe que vivia em Rio Mau e depois o escritório passou para  Entre-os- Rios, onde nos tinhamos de deslocar para sermos interrogados. Muitas vezes valia as nossas  juras a pés juntos que os Filhos do Cantoneiro ou do Cabo de ordens também lá andavam,outras vezes o Cabo de Ordens "o Ti Afonso, lá nos ía safar" mas isso não impedia que de quando em vez lá tivessemos os nossos Pais de pagar a tal multa de vinte e croa 20$50. Mas a verdade é que muitas vezes os filhos do Cantoneiro andavam lá e ele fingia não os ver.
 Os nossos Pais tinham de pagar. A nossa forma de lhes pagar "a eles Pais" era sempre a mesma. Com o nosso Corpo.
O meu primeiro S. João do Porto.
Apesar de noutras ocasiões aqui ter vindo ao Porto, fosse de barco, com o meu avó, para apanhar bicha do mar para a pesca. Com o meu Pai para ver um jogo de futebol, já que ele meu Pai era portista de cartão ou ainda uma vez com a minha Tia, a tal que mandava muita roupa para eu lhe tirar os botões para a Pincha, foi então a primeira vez que vim ao S. João.
     Quando o meu Primo lhes disse lá a dois pistolas que eu era da aldeia, encheram-se de vontade e armdos em meninos rúfias da cidade, vá de começar a malhar com o tal martelo. Estavam longe de imaginar o que lhes estava reservado "e o meu primo Luis segundo me disse depois" fez isso de propósito. Deram-me duas ou três marteladas e começaram a gozar, até que me pegou os pirolitos e como estava treinado da aldeia aqueci-lhes o lombo aos dois.
 Depois quando lá ía aos Guindais tinham respeitinho pelo puto, dizia eles: que eu era da aldeia mas que não era bom de assuar. Como poderia ser? Não era nem podia ser, depois de tantos treinos.
Próximo relato.
Atirara pedras às Perdizes. O Roubo do cordão da minha Mãe. A minha ída à brucha

3 comentários:

  1. Muitas vezes herdado de pais para filhos O CORDÃO era uma forma já arcaica de investir a massa... Cá fico à espera da história!
    Valdemar Alves

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  2. Julgava que «bichas só as havia em terra, agora que escreves que ias ás «bichas» do Mar deixas-me curioso, sempre pensei que no Mar era tudo Macho, e não havia lá disso.
    Agora a sério, isso de bicha será o que por aqui chamamos minhoca?
    Um abraço
    Virgílio

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