Juntaram-se os três à Esquina, a beberem pela Menina.
Todos bebiam mal e de quando em vez aconteciam desta coisas.
Os Irmãos Pintos juntaram-se com o Moleiro Ti Zé Maria da Estibada que também lhe arrimava mal.
Juntaram-se na Loja do Ti Cunha e vai de fazer uma Sussia, quando a Caneca de Cartilho ficava escorrida, mandava ser de novo lavada. Isto durou alguma horas.
Cá fora amarrada a pobre da Égua com carga máxima a escassos metros, lá teve de arrear " o que para ela já era um hábito" como também rebentar um saco da fornada e comer o milho .
Já passavam das nove da noite, quando lá apareceu o Manco (Filho do Ti Zé Maria ) e depois de beberem mais duas cartilhadas foram à sua vida, segundo depois disse o Manco, o Pai teria ído no cai levanta-te, levanta-te e cai, mas lá conseguiu atravessar a Lobada e chegar a casa à Estibada.
Os Pintos lá beberam mais um ou dois e como a Taberna se preparava para fechar lá foram saíndo e toca de colocar a conversa inacabada em dia "própria de copos" o que levou mais algum tempo.
Bem bebidos como estavam quando o de Quebra-Figos se despediu do de Sebolido, este tornou-lhe por resposta :- Ó Irmão nem penses em ir sózinho por aí abaixo eu vou-te acompanhar!
Mas se bem o disse, melhor o fez, e lá foram a cambaliar até à beira do Rio.
Mas qundo estavam perto de casa e se despediram, o de Quebra- Figoso, pensou que também, não seria justo com aquele escuro, por aquele caminho ermo e áquela hora da noite deixar vir o Irmão sózinho! Vai daí faz questão de o vir a acompanhar de novo até Sebolido.
Neste vai e neste vem, carregando aquelas brutas pielas, já altas horas da madrugada as mulheres e filhos lá vieram à procura deles e lá os foram encontrar de novo junto à Tileira a continuarem a conversa e a teimarem para voltarem de novo a acompanharem-se de novo até Quebra-Figos.
Coisas e casos que a memória gravou em criança e não deixa que se apaguem.
DEPOIS O TRAQUINAS ERA-MOS NÓS.
Filho de Burro, nunca pode dar Cavalo, pode isso sim dar um Jerico maior.
Essa dos dois bêbados está demais!
ResponderEliminarMais um pouco e nascia o sol e passava-lhe a bebedeira!
Mas trata-se de uma história verdadeira passada na minha Aldeia, e no meu tempo de miúdo.Por volta dos meus oito anos e pico.
ResponderEliminarDepois ainda dizem que fui eu que o bebi todo.
Infelizmente houveram mitos antes ao meu lado e depois e infelizmente continua.
As Cabras naquela noite eram Cegas.
Oh conterrâneo e amigo, estávamos no início da década de Cinquenta e nós sabemos as realidades desse tempo!
ResponderEliminarA pancada em cima da mulher e dos filhos (agora diz-se violência doméstica) por parte de mineiros ou barqueiros, era o pão nosso de cada dia, sempre que chegavam ébrios a casa! As autoridades oficiais e eclesiásticas (padres) não queriam nem saber e os casamentos eram para levar até ao fim da vida, aliás, estava muito em voga o provérbio: « ENTRE MARIDO E MULHER NINGUÉM META A COLHER!» e ninguém metia mesmo...
Penso para mim, que ainda hoje não se sabe quem foi o inventor, o espertalhão, mas não me custa a crer que terá sido um padre católico, que terá pedido o secretismo e fizeram-lhe a vontade!
São tudo conjecturas, mas o facto é que conheci um desses abades que comia bem e bebia melhor e que apanhava "pielas" que o acompanhavam até aos altares e dali fartava-se de maltratar A,B,C e D, sem dizer os nomes, ao mesmo tempo que o AUDITÓRIO assistia impávido e sereno, não se passava nada, passados uns dias a igreja ou capela enchia como o costume e tudo isto para dizer que o ÁLCOOL e TUDO o MAIS criou mossa, o que equivale a dizer que ainda estaremos a digerir uma espécie de transição que terá o seu preço! Oxalá, não haja inversão, porque estávamos a ir no bom sentido, mas quanto a esse tema o nosso amigo Valdemar pode dar um contributo mais sólido!
Gostei de conhecer a história e sei de outras que poderia contar, mas que se enquadram nesta perspectiva de que não valorizaram os homens e a sociedade daquele tempo, e, que servem, para nos dias de hoje e do amanhã ajudar, recorrendo à experiência de vidas que foram um desastre, quase! Ainda hoje me choca e foi há tantos anos!
PIKÓ