quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cobras e Trauma = Vida de Criança

Ao fundo das fragas do Vale Escuro, tinha ali um Silvado, onde ao lado havia um carreiro por onde, começavamos a subir para escalar as fragas e foi precisamente por este carreirito onde eu e o Albano Pombas tinha-mos levado a Ovelha, para depois a empurrar fragas abaixo.
  Nesse dia nem Pombas nem Fifas, nem Malhado nem viva alma, me acompanhava.
  Andava eu sózinho, "o que era pouco normal acontecer" com as ovelhas da minha Avó.
 Tive de ir lá vira-las porque uma delas ficou presa nas Silvas, pois tinha a lã grande.
  Quando me aproximei dela; vejo-me rodeado de Cobras a saltar mais alto que eu, era em grande número, tinham um rabo curto e algum cabelo. Sujei-me todo e fiquei estático.
  Foi um espectáculo deprimente e soube depois que elas andavam a machiar e quando isso acontece que se tornam agressivas.
 Foi tal o susto que apanhei, que ainda hoje e só a falar nelas como agora, ainda me arrepio todo.
 Seja no Jardim da Maia, ou no Zoológico fui ver algumas exposições e segundo diziam uma das quais seria das melhores do mundo e nas quais, haviam inúmeras espécies.
 Elas estavam fechadas, mas eu mantinha-me todo encostado à parede e cheio de tremeliques.
 Fiquei de tal ordem horrorizado e traumatizado, que hoje quando na minha aldeia (nos meus campos ou caminhos), deparo com alguma, continuo a ficar estático. Já por  três vezes dei com três  mortas "uma de cada vez" e mesmo a arrumá-la com uma vara, é sempre a  a tremelicar enquanto dura a retirada e durante um ou dois dias, quando me lembro ou acordo de noite e elas me vem à ideia, fico todo constrangido.
 Marcas de infância que nunca se afastam de nós.

1 comentário:

  1. Cá por mim, troco cobras por ratos, quero dizer que as cobras não me assustam, mas um rato, seja grande ou pequeno, até tremo, moro num local onde á um descampado, e como tenho pássaros tenho sempre bicharada por aqui, as cobras já me comeram bastantes pássaros, entravam nas gaiolas e depois com a barriga cheia já não conseguiam sair eu ou o meu Filho com a pressão de ar tratávamos-lhe da saúde,(agora já não conseguem entrar nas gaiolas porque fiz umas com uma rede de malha fina) quanto aos ratos, quando morrem por comerem veneno, tem que ser o Filho ou a Patroa a enterrá-los, porque eu nem mortos consigo olhar para eles.
    Festas Felizes
    Um abraço
    Virgílio

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