O Cordão e a tradição.
Usava-se naquele tempo e ainda hoje em muitos casos isso acontece, de as Mães prometerem o Cordão a uma das Filhas, que em muitos casos, vem sendo deixado por prometimento de Mãe para filha em muitos casos já conta com várias gerações, que até nem se sabia quando e quem tinha comprado ou usado pela primeira vez essas preciosidades ( o Cordão e o Anel).
Lutar e Vencer.
Tinha a minha Mãe uns escassos quatro anos, quando o seu Pai ( meu Avô materno) morreu e deixado uma grande quantidade de filhos, ao todo (cinco), ainda todos muito novos.
O meu avô dispunha de uns bens, casa prória e alguns terrenos e sortes (tapadas no monte), era proprietário de um Rabão e negociava em Carvão e outro tipo de madeiras para as Padarias que transportava para a cidade do Porto, onde eram vendidas.
Com a ajuda da minha Tia mais velha a Olivinha, que como se dizia na altura era uma Maria Rapaz, foram enfrentando todas as dificuldades da vida árdua, conservando todos os haveres que o meu avô tinha deixado ficar (para isso trabalhando dia e noite, principalmente no tempo em que o Rio o permitia, ora não era possivel pelas cheias, outras ainda, porque nos meses de Setembro até Fevereiro o Rio Douro não dava para pescar peixe.
O Cordão e o Anel prometido.
A minha Avó Mãe Chica, antes de falecer prometeu o Cordão à minha Mãe, na ocasião a minha Tia Olivinha foi a Paiva ao Ourives e avaliaram o seu valor.
Ficou prometido que entraria nos descontos da herança.
Dois periodos houve, que por doênça de meu Pai, uma vez de sete meses, quando eu tinha cerca de dois anos de idade, e mais tarde de 9 meses quando eu tinha cerca de oito anos, não havia Caixa de Previdência e como tal o meu Pai não auferia um cêntavo de rendimento, viviamos com as migalhas que a minha Mãe ía granjeando com a lenha da Serra (Carqueja e Queiró e depois com o rendimento da ganho com a Rede (Varga) do pescado Sável e Lampreia.), seguramente que houvesse, o que houvesse, o Cordão e o Anel jamais seriam vendidos.
O citado Cordão e Anel, eles representavam objectos divínos.
O Esconderijo!!!
A minha Mãe tinha esconderijos que só ela e o meu Irmão Joaquim "chegado a mim" conheciam, com medo que não fosse o Diabo tecê-las e alguém ao vê-lo não resistir à tentação de o roubar, ou mesmo os meus Irmãos pegarem nele e o levar por exemplo: e até o deixar caír ao Rio etc.
Mas costuma dizer-se que os Ladrões são como os Cães "Tem Faro" , cheira-lhes e assim torna-se-lhes fácil descobrir onde se encontram escondidos os objectos de grande valor!!!
Roubaram o Cordão!!! Quem foi?
Segue no próximo capitulo
Fico à espera do próximo capítulo para ver quem foi o atrevido que se abotoou com o cordão da avó.
ResponderEliminarNão me digas que foi parar ao prego!
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