domingo, 5 de dezembro de 2010

O meu Jolim = Filho de Cadela e de Raposo

Filho da Menda e de Raposo.
Apesar de alguns veterinários dizerem que tal não é possivel esse acasalamento por o código genético ser diferente, certo que não conheço estudo que permitam que tal não é possivel.
Um fraco Caçador.
O meu Pai era um fraco atirador e passava um ano de caça, matando 2 ou 3 dezenas de Coelhos, que naquele tempo abundavam nos montes da minha aldeia.
Tudo o que era cão e ele encontra-se abandonado logo trazia para casa, na tentativa de encontrar algum que fosse razoável para a caça.
  UM Cão Raivoso que Mordeu a Rosa do Jigueiro
A Rosa do Jigueiro, foi mordida por um cão vádio que ali apareceu pelo lugar e não fosse o meu Pai ter intercedido de imediato junto do meu Tio Joaquim que trabalhava de carpinteiro na  feitura de Caixões no Hospital de Santo António no Porto e a Rosa tinha-se ído.
Valeu-lhe o rápido internamento e pronta assistência, e ela assim sobreviveu.
     Mas perante este caso confirmado de Raiva a Venatória foi a Cancelos/Sebolido, e obrigou que todos os Cães e Gatos fossem abatidos, porque poderiam estar contagiados "isto é terem sido mordidos pelo respectivo cão, "que por ignorância, tinha sido abatido pelos populares." (Pois o animal deve ser guardado para que se se confirmar a Raiva e o Animal ser testado também. A forma mais eficaz para a cura.)
( Mais tarde passei por isso e contarei o caso no Blogue Moçambique)
  Nada melhor para nós os Putos que logo ali encontramos uma boa fonte de rendimento. Passamos a levar 1$00 por cada Cão que afogassemos e 2$50 pelos gatos, quando fossemos nós a os apanhar, já que uma boa parte deles eram meios vadios.  Quando depois veio o Verão e o Caudal do Rio baixou não faltavam por lá abaixo cães amarrados às cordas e pendulhos (pedra).
 Realizamos uma boa maquia e rebuçados dos tais dos jogadores de futebol eram mais que muitos.
As  Cadelas  Lira e Menda
Face ao a cima exposto o meu Pai encontrou duas Cadelas vádias a Lira, uma cadela amarela magríssima e a Menda  de cor parda, uma Cadela que tinha sido abandonada pelos Ciganos.
 Ambas eram meigas, sendo que a Menda era muito mais Meiga que a Lira, que para a Caça era muito melhor.
 Ambas tiveram Cães com diferença de dois dias, tendo a Lira oito e a Menda 9, enquanto isto o meu Pai arrastou para casa mais um Cão que lhe deram " e que se como viria a provar mai um que era bom para comer) e então disse para matar a Menda e os restantes cães, deixando uns três ou quatro.
    Como gostava muito dos Cães da Menda, escolhi três e aproveitando a ausência da Lira os misturei com os dela, retirando-lhe de lá outros três.
     Ela aceitou-os e assim deitei os outros ao rio, que ainda com os olhos fechados não resistiram muito tempo até afogarem-se.
     Já quanto à Menda, foi por afogamento, com a corda e pendulho, por incrível, a pedra soltou-se duas vezes e a bicha, eu chamava por ela e ela vinha ter comigo, era eu e o Fifas,à terceira foi de vez. Custou-me imenso e isso foi feito debaixo da minha porta, onde o rio era fundo e ainda hoje quando olho para lá me lembro do animal, que até gostava dela, mas tinha de ser. Hoje sou incapaz de fazer mal a um cão ou a um gato, e talvez por isso tenha de manter uma série deles bravos que andam cá por casa.
Dois Cães e uma Cadela
Desses dois Cães que separei e uma Cadela, dois foram dados um para o Wilson de Rio Mau, que com escassos seis meses, quando lhe ofereceram meia dúzia de coroas o vendeu e já era um às na pegada do Coelho, mas que pouco depois um caçador a atirar a um Coelho o matou, a Cadelita que morreu de Doênça e o meu Querido Jolim.
 O meu Pai num péssimo dia,  entrando para dentro do barco de passagem na  pedra trinta, onde o barqueiro era o Tono Monteiro, manda-o embora "tinha o animal  três meses", como não obedeceu, mete a arma de carregar pela boca à cara e dispara um tiro sobre o pobre indefeso. Logo de seguida disse para o Tono que antes queria perder mil escudos " como se haveria de importar de os perder se não os tinha" de que fazer o que fez e desatou a chorar de arrependimento.
  Quando o Tono voltou o Cãozito já não parava ali.
  A distãncia onde isto aconteceu até minha casa distava uns três mil metros.
  Já ninguém contava com o animal, quando ele passados uns doze dias nos aparece no fundo das escadas, encontrado pelo Ti Luis Guerra que chama por mim e lá fomos tratar do meu Jolim. "Nome também que lhe foi posto por mim". Estava inchadíssimo, todo crivado de chumbos. Fizemos uma barrela (cinza do forno ou lareira e misturado com água) e lhe tiramos grão a grão, servindo a Cinza para lhe esfregar que servia de desinfectante. Resultou e fazia-mos esses tratamentos várias vezes ao dia até que o Jolim recuperou.
O Cão tinha muitos traços de raposo e a partir dos sete meses já era um às a caçar Coelhos à boca e a os mandar para a cara do Caçador, o meu Pai de o pior caçador, passou a ser o campeão, mas com grande avanço e a partir daqui e nos quatro anos seguintes e até o matarem por envenenamento a média de Coelhos que o meu Pai trazia para casa anos, houve que chegou aos duzentos.
     Era  perfeito em tudo, desde amoroso, a vigilante e sabia proteger os meus irmão quando se apróximavam da beira dos muros ou do Rio. Muito lhe ensinamos , mas muito mais foi por intuição dele.
   Fizemos-lhe um Funeral digno e irá para sempre perpetuar nas nossas memórias.
   O Meu Jolim era e é, o Meu Rapozinho.Quando se ama não se esquece, o amor fortalece-se
O Cordão vai aparecer e as Bruxas também.

Sem comentários:

Enviar um comentário